Mendes: cortar ICMS não vai reduzir inflação dos alimentos

Governo Federal quer que governadores baixem o imposto nos estados para reduzir os preços
Victor Ostetti/MidiaNews
O governador Mauro Mendes, que comentou sobre proposta do Governo Federal
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (União) disse nesta terça-feira (11) que uma eventual redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos alimentos, proposta pelo Governo Federal aos estados, não vai resultar na queda dos preços.

Hoje os alimentos estão caros no Brasil porque os juros estão caros, porque o dólar está caro, porque a inflação está fugindo ao controle, pois o Governo Federal infelizmente não fez a lição de casa
Em 2024, os alimentos ficaram 7,7% mais caros em relação a 2023, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial.
Em uma medida excepcional, o Governo Lula (PT) anunciou que iria zerar os impostos federais sobre importações de alguns produtos como carne, café e milho para mitigar a inflação. E provocou os governadores a adotarem a medida e reduzir o imposto estadual.
Mendes garantiu que não deve adotar a medida no Estado, pois Mato Grosso já pratica a alíquota dos alimentos de modo reduzido.
“No Estado de Mato Grosso os itens são isentos ou têm percentual extremamente baixos. O que está causando inflação alta não é isso. Se eu reduzir 1% não é isso que vai mudar o valor dos alimentos no Estado”, afirmou à imprensa.
“Hoje, os alimentos estão caros no Brasil porque os juros estão caros, porque o dólar está caro, porque a inflação está fugindo ao controle, pois o Governo Federal infelizmente não fez a lição de casa”, completou.
Mendes responsabilizou o Governo Federal pela alta nos preços ao afirmar que últimos presidentes têm tido muitos gastos, impactando diretamente no desequilíbrio fiscal que ocorre no país.
“Há muitos anos o Governo Federal vem tendo déficit primário, ou seja, gasta mais do que arrecada. Os juros sobes, a dívida cresce, o desequilibro fiscal está chegando na conta do cidadão brasileiro”, disse.
“Lição de casa”
Ao criticar o Governo Federal, Mendes lembrou quando assumiu o governo do Estado em 2019 e encontrou Mato Grosso em uma situação financeira complicada.
Segundo ele, foram necessárias medidas “duras” para conseguir colocar a economia nos eixos.
“Eu estou muito tranquilo porque em Mato Grosso nós fizemos a lição de casa. Em 2019 pegamos um Governo totalmente desequilibrado. Em vez de fazer gracinha, como a maioria dos políticos gosta de fazer, eu fui trabalhar”, afirmou.
“Hoje somos o Estado que mais investe no Brasil. Já estamos quatro anos consecutivos investindo próximo de 20%. Essa é a lição que eu devolvo ao Governo Federal. Nós temos que fazer o dever, temos que cuidar das contas públicas”, completou.
“Se o Governo Federal tivesse feito isso, não estaria precisando fazer esse tipo de coisa que, a meu ver, não vai resolver”.
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