PF investiga lavagem de dinheiro envolvendo magistrado e sequestra R$ 30 milhões

Polícia Federal cumpre 3 mandados de busca e apreensão, na manhã desta quinta-feira (29), em Mato Grosso, para investigar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo um magistrado. Essa é a 8ª fase da Operação Sisamnes e foi determinado ainda o sequestro de R$ 30 milhões.

De acordo com as informações preliminares apuradas pelo , a suspeita é de que um esquema foi montado para lavar dinheiro e dissimular os pagamentos milionários das propinas em trocas de decisões judiciais proferidas por um dos magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

As 3 ordens de busca e apreensão foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ainda o sequestro de bens avaliados em R$ 30 milhões dos investigados.

Há ainda afastamento do cargo e também a proibição de deixar o país.

Primeira fase

Em novembro do ano passado, a PF cumpriu 23 mandados de busca e um de prisão, na mesma operação, contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.

Na ocasião, Andreson de Oliveira Gonçalves teve a prisão preventiva decretada, e a decretação de monitoramento eletrônico contra sua esposa, e os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho – que estão afastados do cargo.

As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.

Conforme as apurações, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.

Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.

O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.