Fluminense mostra planos para SAF, mas ainda não tem proposta de investidor

Fluminense mostra planos para SAF, mas ainda não tem proposta de investidor
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RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A diretoria do Fluminense apresentou hoje, em reunião do Conselho Deliberativo, os planos para virar SAF. O tricolor ainda não tem uma proposta em mãos, mas mostrou aos conselheiros o que pensa sobre os passos para conseguir um investidor e os motivos para fazer esse movimento.

 

“É uma decisão que tem que ser técnica, olhando para o futuro, caso a gente entenda que pode sofrer um esmagamento da nossa competitividade. Os valores subiram muito no futebol brasileiro. Com bets de patrocínios e SAFs, clubes passaram a ser muito mais competitivos. Seguimos competitivos, apesar das dificuldades financeiras”, explicou o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt.

O QUE O FLUMINENSE ESPERA COM A SAF

– Manutenção da raízes (via royalties pelo uso da marca Fluminense e de Laranjeiras).
– Que o investidor assuma as dívidas.
– Investimentos em infraestrutura no CT e em Xerém.
– Investimento recorrente em jogadores.
– Capital de giro, com a SAF assumindo risco sobre o momento de venda dos jogadores.

POR QUE VIRAR SAF?

A apresentação principal foi feita pelo vice-presidente geral do clube, Matheus Montenegro.

Ele reforçou que não há propostas à mesa do clube ainda. Mas o trabalho do BTG Pactual, contratado em 2022 para sondar o mercado, trouxe algumas conclusões.

Primeiro, o Fluminense queria ver se alguém aparecia para investir no pagamento da dívida, apenas. Mas um entrave foi a falta de segurança sobre o pagamento de volta por parte do clube, ainda mais por não haver um número significativo de patrimônio que gerasse garantias -basicamente, a sede de Laranjeiras e da base, em Xerém.

Depois, a busca no mercado foi por alguém que colocasse dinheiro no clube, mas não fosse acionista majoritário e, assim, não tivesse o controle do futebol. O BTG disse que não achou ninguém.

Então, o Fluminense passou a considerar a negociação de um percentual majoritário do controle do futebol. No entanto, ainda não há proposta à mesa.

A ideia preliminar é fazer a cessão à SAF do CT na Barra e de Xerém, com Laranjeiras ficando com o clube associativo. Mas o Fluminense associativo receberia royalties pelo uso da marca.

“Tem SAFs boas e SAFs ruins. A nossa preocupação é que se a gente fizesse algo com pressa, a gente entregasse para quem não tem o mesmo sentimento e não sabemos a origem dos recursos. Em nenhum momento a gente acelerou o processo”, afirmou Bittencourt.

A DINÂMICA DAS FINANÇAS DO CLUBE

Os dirigentes bateram na tecla: a SAF viria para que o clube pudesse reduzir drasticamente a dívida, mantendo a competitividade.

Os números do clube dão conta de que o passivo do clube no momento está em R$ 850 milhões. Considerando os ativos e os valores a receber, o cálculo de endividamento líquido do Flu está em R$ 145 milhões (ao término de 2024). Os números oficiais do balanço serão publicados ao fim do mês, após auditoria.

O passivo, portanto, é maior que a receita atual do Fluminense. Em 2024, apesar do crescimento, a arrecadação ficou em R$ 653 milhões.

Por mais que o Fluminense estime um salto com a entrada em vigor do novo contrato de transmissão da Liga Forte União (LFU), o fôlego para pagamento de dívidas, segundo os dirigentes, ficaria restrito.

“A dívida está equacionada. Mas para zerar, a gente precisa de aporte de capital. A taxa de juros impacta todo mundo. Se a gente fica do jeito que a gente está, a gente vai seguir competitivo, só que vai ser muito difícil zerar a dívida. A solução que a gente enxerga é o aporte de capital”, explicou Matheus Montenegro.

Ao mesmo tempo, o Fluminense também mira uma estabilidade competitiva que o permitiria, ficando em sexto lugar no Brasileirão, reduzir a distância nos contatos de TV em relação ao Flamengo.

Na conta da média do período entre 2025 e 2029, o Fluminense faturaria mais que outros clubes da Libra, como Palmeiras e São Paulo, no item direitos de transmissão.

QUEM SERIA O CEO?

A apresentação da diretoria ressaltou que o atual presidente, Mário Bittencourt, não coloca qualquer condicionante para ser CEO da eventual SAF.
“A prerrogativa é de quem controla o conselho de administração da SAF”, explicou Montenegro.

O clube mostrou ainda o desejo de que o investidor seja um torcedor tricolor, para manter a identidade e o desejo de que o clube ganhe títulos e não esteja preocupado apenas em gerar lucro e dividendos para acionistas.

“O modelo ideal para isso é ter investidores tricolores. Porque na distribuição de lucro tem o dividendo emocional. Se o cara eventualmente comprar, ele vai querer que o clube vença, porque é tricolor. Não sabemos se vai acontecer. Se alguém chega aqui para fazer investimento para ficar rico, está no lugar errado. Tem que colocar no CDB, na Selic. A prioridade dos investidores deve ser performance”, acrescentou o VP geral.

OS PASSOS

O Fluminense traçou a seguinte linha de trabalho, se houver algum interessado em comprar a SAF do clube:
1. Assim que recebida, a proposta será apresentada ao Conselho Deliberativo
2. A ideia é criar uma comissão para discutir os temas e a proposta
3. Pelo menos três propostas do Conselho Deliberativo para discutir os termos
4. Após a conclusão da negociação, isso se refere aos valores, a ideia que comecemos a trabalhar nos documentos finais: acordo de investimento, acordo de acionistas e contrato de cessão de uso de propriedades
5. Duo diligence feita pelo investidor
6. Assembleia geral para alteração do estatuto e autorização para integralização de capital
7. Aprovação do conselho deliberativo
8. Assinatura de documentos finais
9. Cumprimento de condições precedentes (passar no Cade)
10. Fechamento da operação e recebimento de recursos.

Fonte: noticiasaominuto.com.br

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