CNJ dá prazo para Corregedoria do TJ comunicar sobre julgamento da conduta de juiz

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Ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, deu prazo de 5 dias para que a Corregedoria-Geral de Justiça de Mato Grosso informe quando será julgada a sindicância contra o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Perri também é alvo de uma Reclamação Disciplinar na Corregedoria Nacional após o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ter apontado atos dele no processo da morte do advogado Roberto Zampieri que geraram “estranheza e perplexidade”, como ter confiscado o material apreendido.
No despacho, o CNJ cita que a sindicância na Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já está em etapa de votação para instauração de processo administrativo disciplinar (PAD) contra Wladymir Perri. Por causa disso, o corregedor nacional suspendeu temporariamente a reclamação no CNJ.
Ele disse ainda que a Corregedoria do TJ comunicou que o julgamento ainda não terminou por causa do pedido de vista feito pelos desembargadores Rui Ramos e Paulo da Cunha e que, assim que for concluído, a Corregedoria Nacional será comunicada.
Salomão verificou que o processo consta na pauta de julgamento da próxima sessão administrativa, porém, não há menção à data.
“Ante o exposto, oficie-se ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso para que, no prazo de 5 dias, informe se já há data, e qual seria, da sessão administrativa do Órgão Especial do Tribunal na qual será incluído o processo”, decidiu o corregedor nacional.
Atos suspeitos
O MP entrou com uma representação contra o juiz Wladymir Perri em decorrência de alguns atos dele e por conta disso foi instaurada uma reclamação disciplinar contra o magistrado no CNJ.
De acordo com o MP, no decorrer do inquérito que apura o crime o juiz determinou à Polícia Civil que qualquer material entregue deveria ser protocolado de forma física na 12ª Vara Criminal.
O Ministério Público disse que “causa estranheza e perplexidade a conduta do Magistrado Wladymir Perri em: 01. Autorizar o amplo acesso aos objetos apreendidos para, incontinenti, restringir e determinar que a Autoridade Policial os apresentasse exclusivamente a ele, inclusive relatórios técnicos, por meio físico; 02. Decretar sigilo dos autos, fora das hipóteses legais e regulamentares; 03. Promover o deslacre do material apreendido outorgando a si a exclusividade de irrestrito acesso a ele”.
Morte de Zampieri
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.