Coletores explicam atraso na coleta de lixo em bairros de Alta Floresta durante o fim de ano

Coletores explicam atraso na coleta de lixo em bairros de Alta Floresta durante o fim de ano
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O atraso na coleta de lixo registrado em diversos bairros de Alta Floresta neste período de fim de ano motivou posicionamento dos próprios coletores de resíduos do município. Em contato com a reportagem do Notícia Exata, um servidor que pediu para não ser identificado, por temer retaliações, afirmou que a situação está diretamente ligada a mudanças nas condições de trabalho da categoria.

Segundo o trabalhador, houve corte de horas extras e suspensão do pagamento de adicionais considerados direitos da função, como insalubridade e periculosidade. “O motivo do lixo estar acumulado é que cortaram nossas horas, não estão pagando mais, e nossa insalubridade e periculosidade também não estão pagando. Só falam pra nós que tem que ser estudado primeiro. Isso é um direito nosso, agora precisa ser estudado, eles estão brincando com a nossa cara”, desabafou.

Ainda de acordo com o servidor, historicamente a coleta sempre funcionou no sistema de tarefa, com os trabalhadores ultrapassando o horário regular para garantir que a cidade ficasse limpa. No entanto, com a retirada dos benefícios, a equipe passou a cumprir rigorosamente a carga horária estabelecida. “A coleta sempre trabalhou na tarefa, nunca cumprindo horário. Agora, como não estão pagando nossos direitos, estamos cumprindo horário. Cumprindo horário, a cidade nunca vai ser limpa”, afirmou.

Na tentativa de resolver o impasse, o prefeito Valdemar Gamba, acompanhado do secretário Roberto Patel, se reuniu com os coletores. Conforme relato do servidor, o encontro foi marcado por discussão acalorada. Durante a reunião, o prefeito teria afirmado que alguns trabalhadores cumpriam de quatro a cinco horas diárias e recebiam por dez horas. “Das vantagens o senhor não fala, só das desvantagens”, teria dito o gestor, segundo o relato.

Atualmente, cerca de 40 coletores atuam no serviço de limpeza urbana do município. Ainda conforme o servidor ouvido pela reportagem, o prefeito chegou a mencionar a possibilidade de mudanças no quadro funcional, ressaltando que a maioria dos trabalhadores é contratada. “Então a gente muda para oito horas, coloca fiscal, vai olhar, trabalhar, se alguém morgar, a maioria é contratado, exonera e roda, pronto”, teria afirmado durante a reunião.

Apesar das críticas, os coletores afirmam que o serviço não está paralisado. Segundo o trabalhador, a coleta segue normalmente, porém dentro dos limites de horário exigidos pela própria prefeitura. “A coleta tá trabalhando normal, só que cumprindo horário como a prefeitura quer. Não trabalhamos mais embaixo de chuva e nem correndo igual doido pra limpar a cidade. Deu nosso horário, vamos embora. Se terminamos, beleza. Se não, fica pra outro dia”, explicou.

Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Alta Floresta não havia se manifestado oficialmente sobre as reivindicações dos servidores nem informado quais medidas serão adotadas para normalizar a coleta de lixo nos bairros afetados.

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