Gallo diz que governo federal ‘virou as costas’ para a saúde de Mato Grosso
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Chico Ferreira
O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, afirmou que a saúde do estado está sendo sustentada, em grande parte, por verbas próprias. Gallo argumentou que o crescimento dos repasses federais desde 2019, início da gestão do governador Mauro Mendes, é “ridículo” e que o governo não está contribuindo como deveria.
Gallo ainda afirmou que Mato Grosso está realizando o maior ciclo de investimentos da história na área. Segundo ele, apenas neste ano, cerca de R$ 800 milhões foram aplicados em obras estruturantes.
“Estamos investindo em 4 hospitais regionais no interior e no Hospital Central aqui em Cuiabá. Só no Hospital Júlio Müller já destinamos mais de R$ 150 milhões”, afirmou o secretário.
Gallo explicou que parte significativa do orçamento da saúde atualmente é consumida com obras, gastos que não se repetirão nos próximos anos. Por isso, o governo prevê uma reorganização do orçamento após a conclusão das unidades hospitalares.
“Quando todos os hospitais estiverem em funcionamento, vamos redimensionar o orçamento da saúde, limpando despesas que não existirão mais. A partir disso, construiremos o orçamento ideal para o setor”, disse.
O secretário reforçou que o maior desafio da saúde em Mato Grosso é a redução drástica dos repasses do governo federal, que, segundo ele, encolheram pela metade em 7 anos.
“Em 2019,17% do orçamento da saúde vinha da União. Hoje são somente 6%. Mato Grosso perdeu aproximadamente 10 pontos percentuais”, detalhou.
Pelos cálculos da Secretaria de Fazenda, se o Estado ainda recebesse o mesmo índice de 2019, o repasse deveria chegar a R$ 1 bilhão por ano. Atualmente, o valor é de aproximadamente R$ 500 milhões.
“Hoje quem faz a saúde em Mato Grosso é verdadeiramente o Governo do Estado e os mato-grossenses. O Governo Federal virou as costas para a saúde de Mato Grosso”, declarou Gallo.
O secretário destacou que o Executivo estadual e a Assembleia Legislativa estão alinhados para manter os investimentos e garantir a expansão da rede pública, apesar da queda dos recursos federais.


