Justiça pede exame de insanidade mental de prostituta que matou idoso por calote de R$ 500
A Justiça mandou suspender o processo e internar Emile Antonia de Oliveira Souza, garota de programa acusada de matar o idoso Cecílio Coletti, de 80 anos, em abril deste ano, em Tapurah (426 km de Cuiabá), interior de Mato Grosso.
Conforme a decisão da juíza de direito Patrícia Bedin, Emile deverá passar por um exame de insanidade mental, pois segundo a Defensoria Pública, no momento da prisão, a mulher teve falas desconexas e parecia estar em surto. Além disso, ela tentou se automutilar dentro da unidade policial.
A defesa alega que o comportamento de Emile levanta dúvida sobre a capacidade dela de entender o que estava fazendo no dia do crime.
A magistrada aceitou o argumento e paralisou o processo até que um laudo oficial diga se Emile era totalmente incapaz, parcialmente incapaz ou se tinha total consciência da própria conduta.
“A natureza grave do delito imputado e os indícios de comportamento descontrolado, com sugestão de automutilação, tornam imperiosa a averiguação da sanidade mental da Ré, sob pena de violação dos princípios da plenitude de defesa e do devido processo legal, garantias fundamentais do acusado”, diz trecho da decisão.
Bedin ordenou a internação provisória da acusada em um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, que terá 45 dias para entregar o parecer médico.
Durante a perícia, especialistas vão avaliar se ela sofre de algum transtorno mental, se precisa de tratamento e se isso pode ter influenciado no crime. O Ministério Público e defesa também poderão apresentar novos quesitos e indicar assistentes técnicos para acompanhar o exame.
Relembre o crime
Cecílio Coletti foi encontrado morto com um cinto enrolado no pescoço e múltiplas facadas.
O idoso morava em uma casa que, nos fundos do terreno, há outro imóvel onde funciona um bar e prostíbulo. Segundo testemunhas, o idoso ia ao local com frequência e assediava as mulheres que trabalhavam no estabelecimento alegando ter “direitos” por ser proprietário do terreno.
Assim que o corpo foi encontrado, a Polícia Civil foi acionada e deu início às investigações do caso. O gerente do bar e as mulheres que trabalhavam no local foram ouvidos. Uma das mulheres estava visivelmente nervosa e chamou a atenção dos policiais.
Ao ser questionada, uma das garotas de programa confessou o crime e alegou que a motivação inicial seria os assédios constantes do idoso às mulheres do local. Ela também contou que o idoso a havia contratado para um programa por R$ 500, mas não fez o pagamento, o que também foi acrescentado como motivação para o crime.


