Governo prepara comitiva aos EUA para tentar reverter ‘tarifaço’, diz senador
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Agência Brasil/ EBC
Com a “boa química” entre os presidentes Donald Trump e Lula (PT), na reunião realizada na semana passada durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia, o governo brasileiro sinaliza o envio de uma comitiva aos Estados Unidos para tentar reverter por completo as tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros no território americano. A informação foi revelada pelo senador licenciado e ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), durante agenda em Cuiabá esta semana.
À imprensa, Fávaro avaliou como “muito positiva” a reunião recente, destacando o clima de conciliação e o avanço nas tratativas para normalizar as relações entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o ministro, o vínculo diplomático entre os dois países já foi normalizado e o próximo passo é fortalecer os acordos comerciais.
“A química foi boa. Nada, repito, nada resiste ao diálogo, nada resiste ao trabalho. A gente espera desdobramentos rápidos. Sabemos que é uma determinação do presidente que o acordo Brasil e Estados Unidos seja formalizado o mais rápido possível. Brevemente a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos estará de volta à normalidade. A relação diplomática já foi normalizada”, disse o senador.
Fávaro adiantou ainda que delegações brasileiras devem seguir para Washington nos próximos dias, possivelmente já na próxima semana, para dar continuidade às negociações. Irão compor o grupo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
“Devemos ter delegações de ministros brasileiros indo para Washington nos próximos dias. Eu não estou escalado, mas soube que foram escalados para as negociações o vice-presidente, o Haddad e o ministro Mauro Vieira”, informou.
O tarifaço
Desde que a tarifa entrou em vigor, em 6 de agosto, importadores americanos enfrentam custos mais altos e buscam alternativas para suprir os produtos comprados do Brasil. O café, foi um dos alvos da medida, já que a bebida responde tradicionalmente por um terço dos grãos no mercado dos EUA, o maior consumidor da bebida no mundo.
Quando o presidente americano impôs a tarifa de 50% ao Brasil, citou motivações comerciais e também políticas, acusando o Supremo Tribunal Federal (STF) de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Semanas depois, Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão pelo STF por sua participação em uma tentativa de golpe de Estado, enquanto Trump e Lula começaram a dialogar.
Lula se disse otimista pelo fim das tarifas. Trump afirmou que o encontro foi “muito bom”, mas não garantiu necessariamente um acordo.
