Câmara de Guarantã do Norte promove mobilização contra a violência à mulher e alerta para aumento dos casos de feminicídio.

A Câmara Municipal de Guarantã do Norte realizou, nesta sexta-feira (30), uma importante mobilização de conscientização sobre a violência contra a mulher, um problema que vem crescendo em todo o estado de Mato Grosso e que tem deixado marcas profundas na sociedade.
Durante a manhã, vereadores e colaboradores, em parceria com a Polícia Militar, promoveram um pit stop no centro da cidade, distribuindo materiais informativos e chamando a atenção da população para a gravidade do tema. Já no período da noite, o Plenário Luiz Mena sediou um ciclo de palestras com reflexões e exortações sobre os desafios e as medidas de enfrentamento à violência de gênero.
Entre os palestrantes estiveram a pastora e psicóloga Maria Luiza C. Kizerlla, a pastora e psicanalista Jussara Pacheco, a promotora de Justiça Rebeca Santana Rego, o delegado da Polícia Judiciária Civil Tiago Pinheiro Barros e a cabo da Polícia Militar Anyeli Lima da Rosa, coordenadora regional da Patrulha Maria da Penha.
O evento contou ainda com a presença dos vereadores Celso Henrique, Irmão Alexandre, Veroni Pansera, Letícia Camargo e Maria Socorro, além do comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar de Matupá, capitão Foletto.
Dados recentes revelam a gravidade da situação no estado. Um relatório do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), divulgado em março, mostrou que 90% dos municípios não possuem Secretaria da Mulher e que 85% ainda carecem de protocolo de atendimento às vítimas de violência.
O levantamento aponta ainda que 52% das cidades não têm Conselho Municipal da Mulher, 75% apresentam falhas na integração dos serviços, 82% não contam com Fundo Municipal e apenas 8% incluem previsão orçamentária específica para políticas de enfrentamento nos Planos Plurianuais.
Em 2023, Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídios do Brasil. Foram 46 casos naquele ano e, em 2024, o número subiu para 47 mulheres assassinadas por razão de gênero, deixando 83 crianças órfãs.
Somente em 2025, até o mês de Julho, o Painel de Monitoramento da Violência contra Mulheres da Secretaria de Segurança Pública já contabiliza 26.666 vítimas de violência. As principais ocorrências são de ameaça (11.350 registros), lesão corporal (5.886), injúria (3.053), difamação (1.926), perseguição/stalking (1.637) e descumprimento de medidas protetivas (1.235). O painel também aponta 240 casos de estupro e 419 de importunação sexual.
Ao mobilizar a sociedade para debater o tema, a Câmara de Guarantã do Norte reforça a importância da união entre poder público, instituições e comunidade na luta contra a violência de gênero. O presidente da Casa, vereador Celso Henrique Batista, destacou que “mais do que números, cada caso representa uma vida ceifada, uma família destruída e uma sociedade que precisa reagir com firmeza para mudar essa realidade”.
Assessoria


