Roberta Miranda diz que ela e o pai se apaixonaram pela mesma garota

Roberta Miranda diz que ela e o pai se apaixonaram pela mesma garota
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Roberta Miranda, 68, abriu o jogo sobre bissexualidade e ainda contou ter se apaixonado pela mesma garota que o pai.
A cantora, que está lançando sua biografia, “Um lugar todinho meu – A história inspiradora de Roberta”, contou que já teve romances com mulheres.

 

Ela ainda explica que não falava da sexualidade por conta de uma promessa que fez para a mãe e entrega que sofreu ao ter que esconder seus romances. “A minha mãe, até o leito [morte] dela, pediu que eu não falasse do meu lado sexual. Você acha que eu não sofri? Que eu não gostaria de mostrar a pessoa que eu amo. Eu já tive grandes problemas com isso: de pessoas me largarem mesmo porque eu não assumia. Era um trato que eu tinha com a minha mãe. Sendo que, mais uma vez, minha analista, sentou comigo e disse: isso já está ultrapassado. nesta terça-feira (18), tido por mim, a certeza é que eu namoro menino e namorei menina”, disse Roberta, em entrevista ao canal do jornalista André Piunti, no YouTube.

Na entrevista, Miranda contou que, na adolescência, se apaixonou por uma amiga chamada Vanda, que costumava dormir na casa dela, e que, seu pai, também teve sentimentos. “Dormíamos, ela virada pra lá, eu virada pra cá, e aquela coisa de adolescente, passando a mão, uma coisa tão inocente. E ali, eu acho que eu me apaixonei por ela, e acho que ela se apaixonou por mim”.

Ao descobrir a paixão do pai pela amiga, Roberta decidiu sair de casa. “O meu pai começou a ficar muito agressivo comigo. Depois, eu vim descobrir que era porque ele se apaixonou pela Vanda. Foi quando eu saí de casa. Um dia, ele me contou a verdade: que foi apaixonado pela Vanda”.

A artista conta que passou 25 anos sem falar com a tal amiga. Um tempo depois, ela foi aconselhada por sua analista a procurá-la. “Aí eu fui atrás dela, botei todo mundo para ir atrás dela. E consegui. E eu trago a Vanda. Perguntei se ela teve alguma relação com meu pai. Ela disse: ‘Nunca tive. A minha paixão por você seguiu, ele sabia disso, e a gente nunca teve nada'”.

Roberta também falou das duas vezes em que ficou grávida e perdeu os bebês. “Tive meninos maravilhosos, homens que queria para mim, mas ele recebido [pelo meu pai] com esse banquete de bala. […] As duas vezes que engravidei foi de um único ato sexual. Perdi naturalmente. Perdi parte do meu ovário, útero. E quando deu três meses e meio, eu perdi meu filho naturalmente”.

A segunda gravidez veio após o envolvimento com um amigo policial que ela teve em São Paulo. “Eu falei: amigo, você vai ter que beber, e eu não bebo, e vou ter que beber, e a gente vai ter que fazer alguma coisa aqui (risos). Porque ninguém tinha coragem com ninguém. Ele tomou um litro de cachaça lá, me deu não sei quanto para a gente beber, e a gente fez amor. Dois meses depois, eu me dei conta que eu estava grávida”.

Leia um trecho da biografia de Roberta Miranda:

Roberta Miranda relata a rejeição da mãe. “A rejeição de minha mãe, porém, ficou marcada com muita força em mim. Tanto que prometi para ela, no seu leito de morte, que nunca revelaria minha sexualidade. Naquela época, tudo era muito escondido, carreiras eram destruídas por conta de escândalos sexuais. Sim, porque ser gay era um escândalo, e, se nesta terça-feira (18) ainda somos o país que mais mata pessoas LGBTQIA+, há 40 anos ainda era bem mais perigoso. Fora a vergonha que gerava nas famílias católicas e na sociedade em geral. Sofri muito e precisei de anos e anos de análise e apoio de pessoas próximas para entender que podia, sim, falar disso sem trair a promessa feita a minha mãe. Os tempos mudaram e, se quero contar minha verdade neste livro, não posso esconder uma parte importante de quem sou. E tenho certeza de que minha mãe, lá de cima, está abençoando minha decisão de dividir antigos segredos com os fãs, que tanto me apoiam, e merecem me conhecer por inteiro”.

No livro, a artista ainda relata ter sido repreendida pela família ao revelar a paixão pela amiga. “Esse amor por outra menina foi mais um motivo de crise na família. Minha mãe ficou doente e me culpou, dizendo que Deus a estava punindo por minha safadeza. Meu pai ficou ainda mais agressivo, não sei se por saber que eu gostava de menina ou se o problema era ser a mesma por quem ele estava interessado. Mesmo eu já fora de casa, era um inferno a mais na minha vida, que já estava bem turbulenta sem nada disso. Nesse aspecto a mudança para o Mato Grosso foi providencial”.

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Fonte: noticiasaominuto.com.br

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