Bete Mendes diz ter sofrido represálias na carreira por posicionamento político
ANA CORA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – São mais de 50 anos de carreira e cerca de 30 produções só na Globo. Bete Mendes, 75, vai citando algumas e tenta lembrar outras, mas não sabe precisar quantos trabalhos fez na emissora. Pouco importa. O fato é que ela está comemorando sua volta às novelas após sete anos afastada. O último trabalho foi em “Tempo de Amar” (2017), como a Irmã Imaculada.
Bete interpreta a costureira Arlete de “Garota do Momento” e ultimamente vinha sendo abordada nas ruas por seu sumiço da telinha. “As pessoas me perguntavam se eu tinha me aposentado. Jamais! Vou me aposentar quando morrer. Quero fazer ainda muitas avós, bisavós”, diz.
Bete conta que só deixou de trabalhar, de fato, durante a pandemia da Covid. “Foram meses muito difíceis. Centenas de pessoas sem trabalho, projetos cancelados… Horrível”, relembra a atriz, que não poupa críticas ao governo Bolsonaro. “Destruiu a educação, a cultura, muita coisa… Então ficava muito difícil trabalhar”, comenta.
Bete é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, e foi deputada federal por São Paulo entre 1983 e 1987. Elegeu-se novamente, pelo PMDB, para a legislatura seguinte (1987-1991).
Ao ser questionada se poderia ter sido preterida em algum trabalho por causa do seu posicionamento político, nem pensa duas vezes: “Com certeza, mas isso nunca me fez recuar. Sempre defendi a democracia, a cultura e as mulheres. Quem defende seus direitos, seus princípios, permanece de pé”, diz.
Bete também estará no ar na reprise de “Tieta”, no Vale a Pena Ver de Novo, e aguarda os lançamentos de dois projetos para 2025: “Espécie Invasora”, escrita por Rosane Svartman e Claudia Sardinha, para o Globoplay, e “Vítimas do Dia”, com direção de Bruno Safadi e produção dos Estúdios Globo. “E que venham mais trabalhos”, comemora.
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Fonte: noticiasaominuto.com.br