Veja: os vídeos/Um mês depois, imagens mostram como ficou casa invadida

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Proprietária diz ainda estar traumatizazada; ela perdeu o pai no ataque

Reprodução

À esquerda Inês destroi porta de vidro; à direita, vidro de casa já trocado

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Filha de uma das vítimas fatais de um crime em Peixoto de Azevedo que chocou o País em abril deste ano, Raquel Soares da Silva, de 30, proprietária da casa em que tudo aconteceu, mostrou como está a residência um mês após o ataque e disse ainda estar traumatizada com os momentos de terror que viveu.

A casa está passando por reforma, porque quebrou tudo, quebrou vidro, parede estourada, sofá triturado de bala

 

“Continuamos abalados. O trauma fica na cabeça da gente e é algo que não vai passar do dia para a noite”, diz Raquel, filha de Pilson Pereira da Silva, de 80 anos, morto no ataque.

 

Em uma tarde de domingo, dia 21 de abril, a pecuarista Inês Gemilaki, o filho dela, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, e o cunhado, Eder Gonçalves Rodrigues, invadiram a propriedade de Raquel, mataram duas pessoas e feriram outra.

 

O alvo da pecuarista era Enerci Afonso Lavall, marido de Raquel e também proprietário da casa. Inês havia locado esse mesmo imóvel da família há dois anos e saído de lá devendo mais de R$ 60 mil, entre aluguel e danos causados à residência.

 

 

“A casa está passando por reforma, porque quebrou tudo, quebrou vidro, parede estourada, sofá triturado de bala”, afirma.

 

Após um mês do crime, os vidros da casa já foram trocados, mas as marcas da tragédia seguem esculpidas nas paredes, no sofá e nas cortinas que mais parecem uma peneira de tantos furos.

 

Nas imagens cedidas pela família ao MidiaNews é possível ver dezenas de perfurações na parede, no teto e nos móveis da casa.

 

Para Raquel, que acompanha a obra, pisar na casa e ver as marcas deixadas pelos assassinos é como reviver aquela tarde tão traumática em que perdeu o pai.

 

Ela disse não saber ao certo quantos disparos foram efetuados pela família.

 

“Só sei que foram muitos disparos, parecia uma explosão. Era vidro caindo, balas, tanto ela atirando dentro da casa, quanto o filho que atirava fora, no quintal”.

Ela já foi atirando, não teve diálogo. Todo mundo correu e só se salvou quem deu conta de correr

 

“Eu não sei nem descrever, ficamos em choque ao ver aquilo tudo. Me perguntava se estava mesmo acontecendo, foi só depois de dias que a ficha começou a cair. Nunca, nunca, nunca pensei que algo assim pudesse acontecer”, afirma.

 

Dia do crime

 

Uma confraternização era realizada na casa, e estavam presentes familiares e amigos, idosos e crianças, que foram surpreendidos com a sequência de disparos desferidos por mãe e filho. Segundo a Polícia, foram os disparos de Inês que mataram as duas pessoas e feriram a outra.

 

Era por volta das 15h30 quando Raquel, que estava na cozinha com uma vizinha lavando a louça depois do almoço, ouviu os primeiros disparos. “Ela já foi atirando, não teve diálogo. Todo mundo correu e só se salvou quem deu conta de correr”.

 

Raquel se escondeu no quarto e com ela a cunhada, uma vizinha e o filho de 9 anos. A criança, filho único do casal, estava no quarto jogando videogame. “Graças a Deus ele estava entretido lá dentro no momento que isso aconteceu”.

 

Quatro meses de insistência

 

Raquel conta que não tinha uma relação de amizade ou sequer de proximidade com Inês, para além da relação de locatária e inquilina.

Reprodução

Casa crime em Peixoto

Marcas deixadas após ataque em residência

 

A pecuarista teria morado na casa, alugada com toda a mobília, por pouco mais de um ano e saído, em maio de 2023, devendo dois meses de aluguel e diversos reparos após mau uso da casa.

 

“Alugamos a casa toda mobiliada, com tudo nos conformes. Ela teria que devolver do mesmo jeito, manutenção, zelo… Saiu devendo dois meses, os juros e o prejuízo que ela deixou na casa, geladeira, fogão, portão, cerca elétrica, o sistema de segurança  que não estava funcionando”, afirma.

 

Antes de conseguir locar a casa da família, Inês teria tentado outras quatro vezes. “Não queríamos alugar, foram quatro tentativas até conseguir nos levar na conversa”, disse.

 

A família fez um contrato de locação de seis meses, que foram pagos à vista pela pecuarista. Vencido esse prazo, um novo contrato foi firmado, dessa vez, segundo Raquel, Inês pediu para que o pagamento fosse trimestral.

 

A família estava morando na Cidade de Novo Progresso (PA), há aproximadamente cinco anos, e voltou a morar na residência no início de dezembro de 2023, após a saída da pecuarista.

 

“No final do contrato fizemos uma vistoria e vimos que já estava fora do contexto do contrato e da nossa conversa, porque ela dava a palavra de que cuidaria da casa como se fosse dela”.

 

Segundo Raquel, nunca houve troca de ameaças, exceto pouco antes de Inês bloquear a família em aplicativos de mensagem.

 

“A gente nem sabia onde ela morava, estamos bloqueados no celular. O último contato que tivemos foi virtual no dia da audiência de acordo. Isso já vai fazer um ano”, afirma.

 

“Ela mandou áudio pro meu marido no dia da conversa, disse que ele iria pagar por isso. Mas ela bloqueou a gente, então deixamos pra lá”.

Raquel e a família se mudaram da casa que foi palco de tamanha dor. Ela diz ainda não saber se irá vender a casa ou não.

 

“Só estou aqui devido a esses reparos que tenho que acompanhar. Não sinto mais a paz de estar aqui dentro, não consigo mais dormir de noite, é preocupação, medo e angústia o tempo todo.

 

“É difícil recomeçar, mas a gente está vivo e tem que dar graças a Deus. Eu só peço a Ele que ela [Inês] pague, que a justiça seja feita”.

Veja: os vídeos

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