Produtor bolsonarista reprova aproximação de Lula e Trump e ironiza ‘química’

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Montagem
Pré-candidato ao Senado e ex-presidente da Aprosoja Brasil, o produtor rural Antônio Galvan ironizou o contato recente entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump. Os dois conversaram por telefone na segunda-feira (6), durante cerca de 30 minutos, conforme informou o Planalto e o tom foi de alinhamento para consenso.
Ao comentar a relação durante entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10.1), o produtor rural destacou que não concorda com a postura de Trump em manter diálogo com o petista e criticou o atual governo. Ele avalia que o Brasil vive um “desgoverno”, com problemas econômicos e institucionais.
“Agora o cara também tem o poderoso na frente. Todos os outros países, que são muito mais poderosos economicamente que o Brasil, foram lá sentaram e negociaram. O ‘todo poderoso’ [Lula] aqui não pode ir lá. Desgoverno igual a esse que nós estamos vivendo”, disse nesta terça-feira (7).
O telefonema marcou mais um episódio na aproximação entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos. A relação começou a mudar após um breve encontro na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, há duas semanas. Na oportunidade, a “química” entre ambos foi destacada.
Este o primeiro diálogo oficial entre os dois desde que os EUA aplicaram tarifa sobre a importação de produtos brasileiros. Na carta em que anunciou a medida, Trump citou como um dos motivos o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante disso, o petista aproveitou a ocasião para pedir ao norte-americano que reveja o tarifaço e as sanções a autoridades brasileiras. Entre aliados de Bolsonaro, o clima é de derrota. Isso porque Bolsonaro sequer foi citado na conversa. Entre aliados de Bolsonaro, o clima é de derrota.
Galvan, por sua vez, debochou da aproximação e disse que “rolou a química, agora pode ser que tenha rolado o amor”. A declaração faz referência à nota oficial divulgada pelo governo brasileiro, que destacou a “boa química” entre Lula e Trump durante o encontro que na Assembleia Geral da ONU.
“Mas nessas alturas a gente não concordaria, não gostaria que isso acontecesse”, lamentou.